Pesquisa

terça-feira, 26 de abril de 2016

A música e a cultura do brincar


Quando a televisão entrou na sala de casa, a música foi embora. Deixou a roda que era formada pelas crianças no quintal, nunca mais foi tomar banho de chuveiro, saiu da cozinha à beira do fogão. Para a educadora Lydia Hortélio, pesquisadora da cultura da infância, a tecnologia da telinha apagou o brilho da música que existia nas famílias. Se hoje existe uma obrigatoriedade da iniciação musical nas escolas, ela não vê com bons olhos. A professora Lydia é a convidada especial do “IX Encontro de Educação Musical da Unicamp”, que nesta edição discute o tema “Educação musical e tradições populares no Brasil”.
Realizado até de 18 a 20 de abril em salas do Instituto de Artes (IA), auditório da Adunicamp, Centro de Convenções e Faculdade de Educação (FE) o evento foi organizado por docentes e discentes do curso de licenciatura em Música da Unicamp e trouxe além da professora, outros convidados como Alberto Tsuyoshi Ikeda, professor aposentado da Unesp, em São Paulo, e Lucilene Silva, coordenadora do Centro de Formação de Educadores Brincantes da OCA- Escola Cultural. Os convidados participam de workshops, oficinas, mesas-redondas, comunicações orais e apresentações artísticas. A abertura, por exemplo, foi com o coral de mulheres Açucena.
Para os alunos, vale muito. “É a oportunidade para os alunos entrarem em contato com diversas pessoas que atuam na rede de ensino ou músicos profissionais, pesquisadores da área de música enfim, é uma troca de informação muito rica”, afirmou a aluna Patrícia Patrícia Kawaguchi César que é da organização.
De acordo com a coordenadora geral do encontro, Adriana Mendes, a escolha do tema do encontro surgiu a partir do contato de alunos do curso que começaram a atuar em escolas com a arte do maracatu. “Imagine jovens de um contexto urbano como é Campinas, aprendendo o maracatu e envolvidos de corpo e alma no tema. Nós achamos isso muito interessante e digno de um debate, pois há toda uma discussão por detrás dessa vivência com o preconceito contra as africanidades”.
Outro ponto que motivou a escolha do tema das tradições populares, acrescenta a coordenadora, é a constante transformação por que passa a cultura popular e o acesso especialmente à música da infância, as brincadeiras e cantigas das crianças. “Nós percebemos que muitos alunos chegam à universidade sem terem brincado, sem terem tido acesso aos jogos e brinquedos da infância, sem saber cantar uma canção. Como serão professores sem isso?”, questiona Adriana.
Esta tem sido a preocupação da professora Lydia Hortélio, que conversou mais detalhadamente com o Portal Unicamp, antes de começar suas oficinas. Baiana que passou a infância no município de Serrinha, a musicóloga e educadora, com 83 anos, muito respeitada na área, ainda se dedica à pesquisa da cultura do brincar e a música da infância. Ela foi a idealizadora da organização não governamental “A Casa das Cinco Pedrinhas” dedicada à pesquisa e documentação da cultura da criança. Falando um vocabulário regional, ela explicou porque acredita que a televisão foi tão nociva e, ao mesmo tempo, como pode ser otimista em relação ao futuro.
Portal Unicamp – A senhora acredita que está havendo um retorno, ou mais interesse em relação aos temas da cultura popular?
Lydia Hortélio – A cultura do brincar está voltando. Quando eu comecei, em 1979, eu não tinha companheiros e hoje tem muita gente. A situação é clamorosa, é uma lástima, nas escolas não tem cultura da criança. Não tem Brasil, décadas de televisão desmontaram este país. Eu conheci outro Brasil em que a gente se reunia pra cantar, havia cantor de banheiro.
PU – As pessoas não cantam mais?
Lydia Hortélio – Não. Os adultos não cantam e as mães não sabem sequer uma cantiga de ninar.
PU – Os alunos que chegam à universidade e serão professores também não tiveram essa experiência na infância...
Lydia Hortélio – A situação é essa mesma, por outro lado tenho muita esperança, é o ponto da virada. Esse encontro aqui, por exemplo, é um sinal significativo, muita gente interessada, mesmo porque isso está no corpo da gente se você chama, vem a vontade de cantar de dançar, de dar a mão para a roda. É muito natural entre nós. Eu faço pesquisa na zona rural, no sertão da Bahia. Recentemente fui ver um grupo de meninos do grupo de extensão da Filarmônica de Serrinha, tocando flauta doce. Eu tinha feito uma pesquisa naquele lugar mesmo, onde havia três bandas de pífano. Vi os meninos com a flauta doce e fiquei um pouco chocada. Acabaram aquelas festas. Antes era assim: tinha a festa e tinha as rezas no terreiro de casa. As mulheres cantavam, as mães levavam um bebê no braço e dois dependurados na barra da saia e todo mundo cantava. Havia uma educação musical espontânea, os meninos cresciam naquele tecido musical da comunidade.
PU – Hoje você vem para a escola e é preciso uma lei que obrigue a educação musical e ainda assim ela não existe.
Lydia Hortélio – Não existe porque as professoras não sabem cantar uma cantiga. São meninas que nasceram depois da televisão, as professorinhas de hoje. Se você encontra uma pessoa mais velha ou se encontrar professoras leigas, aqui é mais difícil, mas lá no nordeste tem muito, elas sabem muito e fazem a alfabetização cantando e ainda escrevendo as cantigas que sabem cantar. É uma exceção. Mas ainda assim vejo com muita alegria esse encontro aqui e esse entusiasmo dessa moçada para aprender a música da infância. O repertório é vastíssimo. No lugar de onde eu venho eu comecei a levantar a música da infância, há 40 anos. Já levantei mais de 600 brinquedos com música lá no meu município. Eu dividi o século 20 em quatro partes e de 25 em 25 anos fui buscar informantes. Você não avalia a riqueza. Eu não tenho notícia se existe outro município no Brasil que tenha feito isso. Seria uma maravilha. Imagine que, com a diversidade étnica, num lugar o acento é mais indígena, em outro lugar é mais africano, em Santa Catarina, no Sul, é mais ibérico. A riqueza de música que tá aí calada... Esperando que a gente tire o verso.
PU – A senhora sugere que a criança tem isso naturalmente, de querer cantar e entrar na roda, mas precisa ter alguém que facilite o processo. Esse é o papel do professor?
Lydia Hortélio – A gente deixou que a televisão tomasse o lugar da gente. Hoje tem os aparelhinhos (eletrônicos) com toda música que não corresponde às estruturas da infância, música de adulto. E não é a melhor música de adulto que chega.
PU – Qual é o risco para o futuro das crianças? 
Lydia Hortélio – Eu não sei dar receita para ninguém, mas eu sou apaixonada por música. Eu preciso de música pra viver, eu canto muito naturalmente mais do que eu falo. É mais fácil eu cantar. Então quando a mãe, o pai ou a tia estão perto do menino, o que a gente passa é esse gosto pelo cantar e ele canta também. Como professor de música, querendo ensinar, a criança toma distância, não quer. O que ela quer é alegria, e se a gente chega com a alegria da música a gente conquista o menino. Eu acho que cada um, no lugar em que está, pode fazer alguma coisa. O que eu não acredito é numa educação musical na escola, quando vem um professor uma vez na semana. É muito pouco, o menino não ouve música, não canta e de oito em oito dias vem um professor que, durante uma hora “de relógio” quer ensinar. É o professor de classe, ele é que tem que cantar. Porque que não se pode cantar numa aula de matemática, me diga por que não? Só a escola diz não, e a escola não está com nada. A alegria é necessária no Brasil. É preciso ter infância. Essa é a direção, eu acho.

http://www.unicamp.br/unicamp/ju/653/musica-e-cultura-do-brincar

quarta-feira, 20 de abril de 2016

LISTA “MATRICARIA” DE FILMES E DOCUMENTÁRIOS SOBRE MULHERES


Mapeamos em nosso canal no facebook alguns dos filmes e documentários mais interessantes sobre mulheres e o feminino. Dentre todos listados temos alguns com temáticas sobre:Sororidade entre mulheres, empoderamento feminino, sexualidades e diversidade Sexual, combate ao racismo, feminismo e luta pelos direitos, espiritualidade feminina, saberes ancestrais, relação mães e filhas, conexão mulher e natureza, entre outros. Uma ótima oportunidade de reunir as amigas em um cineclube e realizar alguns debates e partilhas. Sugira um filme ou conte pra gente como foi o seu encontro, adoraríamos ouví-la.
PS: Agradecemos a contribuição de todas as mulheres que fizeram suas recomendações no Fb. 
* * *
Filmes:
“Clube da felicidade e da sorte”
“Colcha de retalhos”
“Fonte das mulheres”
“Tomates verdes e fritos”
“A vida secreta das abelhas”
“Frida”
“As sulfragistas”
“E agora, onde vamos?”
“Azul é a cor mais quente”
“A flor do deserto”
“A cor púrpura”
“A casa dos espíritos”
“Papisa Joana”
“Ágora”
“O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”
“Chocolate”
“Abençoe-me Última A Curandeira”
“A margem do rio sagrado”
“Kama Sutra”
“A Excêntrica Família de Antônia”
“O Sonho de Wadjda”
“Flores raras”
“O sorriso da Monalisa”
“O sabor da magia”
“ShirleY Valentine”
“Rainha Nzinga”
“Como água para chocolate”
“Preciosa”
“As cinco da tarde”
“Malena”
“Grandes olhos”
” Histórias Cruzadas”
“Orgulho e preconceito”
“Minha vida em cor de rosa.”
“O mistério da ilha (The secret of roan inish)”
“Livre”
“O Olmo e a gaivota”
“As Brumas de avalon”
“Comer, rezar e amar”
“Garota interrompida”
“Beleza roubada”
“Orlando”
“Caramelo”
“As horas”
“Thelma e Louise”
“Tudo sobre minha mãe””
“A antropóloga”
” Revolução em Dagenham”
“Cisne negro”
“A Festa de Babete”
“Panne e tulipanni”
“Persépolis”
“Cidade do silêncio”
“La Belle Verte”
“Carol”
“Bagdá Café”
“Uma noite em Roma”
“Flores de Aço”
“Terra Fria”
“E agora, para onde vamos?”
“Além da liberdade”
“Aos 13”
“A dupla vida de Veronique”
“A fraternidade é vermelha”
“A liberdade é azul”
“A Teta Assustada”
“O segredo de Vera Drake”
“Jovens Bruxas”
“De magia a sedução”
“Magia Além das Palavras: A História de J.K. Rowling”
“Erin Brockovich”
“O segredo de Mary Reilly”
“Delta de Vênus”
“A História de Papusza”
“Para sempre Lilya”
“Meninos não choram”
“A Verdadeira História de Lena Baker”
“O Silêncio de Melinda”
“Millennium – Os Homens Que Não Amavam as Mulheres” (todos)
“Acima das nuvens”
“O milagre de Anne Sulivam”
“A Ponte de Madson”
“Olga”
“L’Apollonide – Os Amores da Casa de Tolerância”
“Lucia e o Sexo”
“Jovem aloucada”
“Dançando no escuro”
“Camile Claudel”
“Wetlands”
“Coco Chanel”
“Revolução em Dagenham”
“A casa de Alice”
“Boutika a rainha da era do bronze ”
“Nas montanhas dos gorilas”
“A garota dinamarquesa”
“A Letra Escarlate”
“Geração Roubada”
“Ex Machina”
Infantis/juvenis:
“Princesa Mononoke”
“A encantadora de baleias”
“Malévula”
“Valente”
“Mulan”
“Frozen”
“A máscara da ilusão”
“Coraline”
“Labirinto”
“O mágico de Oz”
“Alice no país das maravilhas”
“A viagem de chihiro”
Documentários:
“Yorimatã – Luhli e Lucina”
“Elena”
“Luna en ti”
“The moon inside you”
“Renascimento do Parto”
“Pachamama”
“Margaret Mee e a Flor da Lua”
“A tenda vermelha”
“As Hiper Mulheres”
“Vandana Shiva – O Tempo e o Modo”
“A Voz das Avós – No Fluir das Águas”
“Criando Raízes: A Visão de Wangari Maathai”
“Maria Sabina, Mujer espiritu”
“O aborto dos outros”
“Vovó Leontina”
“Estamira”
“Resgate do feminino sagrado”
“Girl Rising”
“The Business of Being Born”
“Benzedeiras”
“Noivas de cordeiro”
“Fim do Silêncio”
“Mulheres da Terra”
“Placenteras”
“O corpo é meu”
“Femme, mulheres curando o mundo”
“Mercedes Sosa, a voz da América Latina”
“Mãe das mães – Sabedoria da terra”
“Clitóris Prazer Proibido”
Para saber mais sobre o mundo dos filmes produzidos por mulheres no Brasil, conheça o Femina:
https://www.facebook.com/FEMINA-Festival-Internacional-de-Cinema-Feminino-123802987642215/
http://matricaria.com.br/cineclube/lista-matricariafilmesedocumentarios/


BÊNÇÃOS DA LUA CHEIA

BÊNÇÃOS DA LUA CHEIA


BÊNÇÃOS DA LUA CHEIA
CRIANDO E RECEBENDO BÊNÇÃOS 
NA LUA CHEIA EM 21 DE ABRIL
Mensagem de Selácia
20 de Abril de 2016

Luas Cheias podem ser momentos poderosos de crescimento pessoal, avanços e celebrações. Em momentos como o 21/22 de Abril, você pode perceber que as energias estão mais intensas e ampliadas. As emoções, talvez, normalmente ocultas, tendem a se manifestar. Você pode estar excessivamente alegre e com muita raiva, tudo em um dia.


FOCO NA LUA CHEIA

Há um foco nas coisas ao redor deste momento, trazendo à consciência detalhes sobre as coisas. Os Insights podem ser profundos – seja a partir de sonhos, meditação, indagação simples interna ou observação. Soluções podem chegar a você, aparentemente do nada, ajudando-o a fazer mudanças de vida ou a curar situações difíceis.

Muitas pessoas sentem uma expansão da energia por vários dias de antecedência e posteriormente. Embora seja comum sentir uma opressão quando as coisas ficam intensas, não se esqueça das bênçãos deste ciclo mensal. Agora, em particular, com tudo o que está acontecendo, pode ser muito útil se concentrar nas bênçãos potenciais que você pode criar e receber nesta Lua Cheia.

DICAS DE BÊNÇÃOS DA LUA CHEIA

Aplicar estas dicas ao longo dos próximos dias pode ajudá-lo a criar as energias e os resultados ideais. Quando você está no fluxo ideal, você é um melhor ímã para as bênçãos.

VOCÊ: Para receber as bênçãos disponíveis, mantenha-se na cena. Você está no comando de suas criações, afinal, e isto inclui o gerenciamento de sua própria energia, de modo que você esteja aberto e disponível para receber do universo. Como um agente de mudanças divino, lembre-se do seu papel no comando da criação da energia positiva. Esforce-se continuamente para incorporar este papel mais plenamente.

ESPAÇO: Insights e avanços podem vir mais facilmente quando o seu espaço interior e exterior está limpo e organizado. Mesmo um insight importante que você não teve antes poderá levá-lo a imensas bênçãos em sua vida!

Administre o seu espaço interior com tranquilidade regular, meditação e contemplação. Estes estados são mais facilmente acessados quando você desliga a sua mente desgovernada dos seus pensamentos repetitivos sobre o passado e o futuro. Gerencie o seu espaço exterior com uma associação de organização e de escolhas das circunstâncias de como você passa o seu tempo.

Saiba que você escolhe quem e o que permite durante o tempo pessoal – consciente ou inconscientemente. Mesmo uma escolha inconsciente de permitir distrações desnecessárias é uma escolha e pode afetar a sua capacidade de ficar tranquilo.

JANELAS: Use a potência desta Lua Cheia para se beneficiar das janelas de oportunidades. Em momentos assim, estas janelas podem se abrir amplamente, assim você pode desejar estar desperto para elas. Tenha em mente que algumas oportunidades podem ser algum tipo de lição disfarçada – algo que a sua alma quer que você veja ou supere para alcançar a próxima janela que tem bênçãos surpreendentes.

 Quando você considera as coisas desta maneira, até a janela introdutória é uma bênção. Em outras circunstâncias, sua janela pode realmente estar associada a uma imensa bênção por si mesmo, surgindo de recentes lutas que agora estão sendo transformadas em uma dádiva maravilhosa. Outras janelas de oportunidade poderão surgir ainda como um relâmpago.

Bênçãos como estas são, muitas vezes, perdidas, porque a pessoa não estava presente e não esperava que algo acontecesse. Como um exemplo, um homem pode encontrar a sua companheira de alma quando sair com amigos, mas não ligar os pontos.

Considerando os fatores acima, faça o melhor possível para estar conscientemente no comando de si mesmo e do ambiente ao longo dos próximos dias. Isto parece muito fácil, é claro, mas na prática é, na verdade, uma habilidade a desenvolver.

Confie que você está codificado como um agente de mudanças divino para se tornar um mestre de tais habilidades. Saiba que você tem recursos abundantes para criar bênçãos e ser uma bênção para o mundo.

Por favor, respeite os créditos ao compartilhar
DE CORAÇÃO A CORAÇÃO - http://www.decoracaoacoracao.blog.br
DE CORAÇÃO A CORAÇÃO - https://lecocq.wordpress.com
www.Selacia.com
Tradução: Regina Drumond – reginamadrumond@yahoo.com.br
Grata Regina!

LUZ!
STELA

sábado, 16 de abril de 2016

Ancient Mother - Mãe antimadoga, ouço teu chamado


Ancient mother, I hear you calling, 
(Mãe antiga, ouço teu chamado)
Ancient mother, I hear your song,
(Mãe antiga, ouço tua canção)

Ishtar, Cerridwenn, Hecate, Inanna
Isis, Artemis, Sophia, Athena
Coatilicue, Aphrodite, Mielikki, Astarte
Gaia, saraswati, kali
Pele, Paso wee, Demeter, Parvati
Hera, Akewa, Diana, Nidaba
Chicomecoatl, Lilith, Shekhina, Morgana
Maya, Izanami, Shakti

Daniel Goleman: "Temos de ensinar nossas crianças a ter empatia pelos outros e pelo mundo"



O psicólogo e pesquisador de Harvard fala sobre a importância de crianças desenvolverem o foco em suas próprias emoções e do efeito de suas ações nas outras pessoas e no mundo

O psicólogo Daniel Goleman (Foto: divulgação)



Estudos mostram que nossa mente divaga cerca de 50% do tempo. De acordo com a neurociência, os circuitos cerebrais para  desenvolvemos a autocontrole e a empatia são desenvolvidos ao longo da infância e da adolescência. Por essa razão, o psicólogoDaniel Goleman, autor de Inteligência Emocional e pesquisador de Harvard, e o professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Peter Senge, se uniram para escrever Foco Triplo: uma nova abordagem para a educação (editora Objetiva). Nele, defendem que a escola e a sociedade devem ajudar as crianças e os jovens a desenvolverem o foco em diferentes esferas para que elas estejam aptas a viver bem no mundo moderno e a tomar decisões que ajudem a preservar esse mundo. Daniel Goleman conversou comÉPOCA sobre o novo livro.
ÉPOCA - O senhor tem um trabalho consolidado no mundo do trabalho e de carreira. Por que o senhor decidiu escrever agora sobre educação para crianças e adolescentes?
Daniel Goleman - Alguém com menos de 18 anos provavelmente nunca conheceu um mundo sem internet. Crianças de até 10 anos nunca viveram num mundo sem aparelhos portáteis por perto. Essas crianças e jovens crescem um mundo diferente, que continuará a mudar à medida que a tecnologia evolui. Escrevemos esse livro - eu e o Peter Senge - pensando em falar das habilidades que temos de ensinar para essa nova geração para ajudá-la a viver bem nesse mundo.
ÉPOCA - O que são os três tipos de foco?
Goleman - 
São o foco em si mesmo, o foco nos outros e o foco no mundo.
ÉPOCA - O senhor pode explicá-los?
Goleman -
 O foco interno trata de prestar atenção a si mesmo, em seu mundo interior para nos conectarmos com nossas aspirações e propositivos. O segundo tipo de foco trata-se da importância de sintonizarmos com outras pessoas, de termos empatia e sermos capazes de compreender a realidade alheia e de nos relacionar com essas realidades sob a perspectiva do outro. Peter Senge fez um trabalho incrível explicando o foco externo. É ele que dará para a criança a habilidade de perceber os sistemas e como eles se relacionam entre si, seja dentro da família, da escola, de uma empresa e do mundo como um todo. É muito mais do que levá-los a perceber o modo simplista "A causa B", mas levá-los gradativamente a perceber que muitas vezes não há uma resposta certa ou errada.
ÉPOCA - De que forma a educação pode ajudar crianças e jovens a ter foco?
Goleman -
 Há uma variedade ampla de conceitos, ferramentas e estratégias pedagógicas para desenvolver e aperfeiçoar essas habilidades nas crianças. O problema é que na maioria das escolas que visitamos as crianças não tinham acesso a esse tipo de ensino.
ÉPOCA - O senhor pode dar exemplos de como ensinar ou treinar o foco nas crianças?
Goleman - 
Há exercícios muito simples que se mostraram altamente eficazes nessa tarefa. Um deles, adotado há anos numa escola primária de New Haven, consiste em organizar as crianças numa roda de conversa no início da aula e dar espaço para cada criança dizer como se sente naquele dia. Essa simples atitude faz com que os alunos criem o hábito de autoconsciência. Nomear as emoções com precisão ajuda as crianças a ter mais clareza acerca do que ocorre em seu íntimo. Esse é um fator essencial tanto para se tomar decisões lúcidas como para administrar as decisões ao longo da vida.
Um outro exercício que se mostrou muito eficaz foi o “amiguinhos da respiração”. Nele, cada criança de segundo ano (entre 7 e 8 anos de idade)  leva um bichinho de estimação para a classe, deita-se no chão e coloca o boneco em cima da barriga. A tarefa é respirar e observar o bichinho enquanto conta de 1 a 4. Depois, expira e observa o animal enquanto volta a contar de 1 a 4. É um exercício simples de foco que mobiliza a atenção das crianças daquela faixa etária de maneira eficiente. Ficou comprovado que o número de conflitos e a bagunça aumentou no dias em que a seção de respiração não ocorria. Esses são dois exemplos que mostram que não é preciso dinheiro extra, tecnologia nem um conhecimento extraordinário para educar nesse sentido.
ÉPOCA -É possível ensinar as crianças a ter empatia?
Goleman -
 Sim, a escola pode ensinar a criança a  cultivar carinho e compaixão. Não se trata apenas de fazer o exercício mental de se colocar no lugar do outro. Diz respeito a de fato estar pronto para ajudar. Há experimentos que mostram que expor as crianças e jovens a conteúdos que enfatizem a importância disso já surtem efeitos. Num estudo feito em Princeton, estudantes de teologia receberam a missão de dar um sermão, pelo qual seriam avaliados. Metade deles se preparou para dar o sermão do Bom Samaritano, que conta a história de um homem que parava para a ajudar um estrangeiro na beira da estrada. Depois de um tempo de preparação, cada um dos estudantes se dirigia a um prédio diferente para dar o sermão. No caminho, passavam por um homem curvado e gemendo. Os pesquisadores queriam saber se o estudante pararia para ajudar, mesmo estando sob a pressão do tempo (tinham de chegar no horário) e da avaliação iminente.
Entre aqueles que estudaram o Bom Samaritano, o número de estudantes que se ofereceu a ajudar o homem foi 50% maior do que entre os que receberam sermões aleatórios.
ÉPOCA - O senhor fala da importância de ensinar empatia às crianças na era do Dilema do Antropoceno. Pode explicar?
Goleman - 
O “Dilema do Antropoceno” é a forma como os antropólogos falam da nossa era, em que um espécie - no caso, nós mesmos - são hoje parte de como todo o sistema da Terra funciona. O dilema é o seguinte: nossos cérebros foram desenhados para sobreviver em eras geológicas mais antigas, não na nova realidade do Antropoceno. O alarme do nosso cérebro nos desperta quando reconhece ameaças imediatas. Ocorre que as mudanças atuais de nosso planeta são críticas, mas são microscópicas demais para nossos sistemas perceptivos. Como não percebemos imediatamente as consequências negativas de nossos hábitos diários em maior escala, é fácil ignorá-las ou simplesmente fingir que não ocorrem. Para tomar decisões melhores, e é urgente que as novas gerações o façam, precisamos aprender a pensar sobre esses sistemas. Isso tem relação direta com nossa capacidade de desenvolver a empatia e o foco no mundo.
http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2016/03/daniel-goleman-temos-de-ensinar-nossas-criancas-ter-empatia-pelos-outros-e-pelo-mundo.html

"Calma e paciência que o nenê nasce fácil''



Foto e texto: Cláudia Rodrigues
Keretxu Miri, índia guarani de 77 anos de idade, que habita uma aldeia no Espírito Santo, fala de sua experiência como parteira
No universo civilizado, principalmente no ocidente, o parto virou um mito, tanto para as gestantes quanto para a classe médica. As mulheres estão desaprendendo a parir, a amamentar e cuidar dos filhos e os médicos estão cada vez mais preocupados em ganhar tempo e menos habilidosos para auxiliar um trabalho que é muito mais da parturiente do que deles. Atrás de toda a parafernália técnica da ciência e da medicina, está algo que podemos chamar de burrice emocional. Sabemos pilotar um computador, dirigir carros; podemos comprar berços que balançam sozinhos, chupetas coloridas que distraem os bebês, mas por que afinal temos tanta dificuldade em colocar filhos no mundo? Será que não podemos mesmo unir o saber tecnológico à sabedoria primitiva?
O depoimento de uma índia, que faz partos desde que se conhece por gente, resgata o labirinto em que nos perdemos: o do excesso de pressa e preocupação.
   "O sangue não pode subir e a cabeça ficar quente. A mulher precisa ficar calma e esperar a hora que ela vem" 
    Keretxu Miri não esquece a primeira vez que tomou conhecimento de como as crianças vêm ao mundo. Foi por volta de 1930, em algum lugar entre o Rio Grande do Sul e o Espírito Santo. Os índios Guarani fizeram, a pé, o trajeto entre os dois estados, em busca da terra prometida. Levaram muitos anos para chegar a Santa Cruz, no Espírito Santo, o local que hoje habitam. Durante o percurso não foram poucos os partos. "Lembro bem quando meu pai avisou que teríamos que parar porque minha mãe ia ganhar nenê", conta Keretxu.
    Era noite alta, mas quem já estava dormindo acordou para ajudar. O pai de Keretxu fez um 'rancho de palha de pindó' - palmeira doce - em volta de uma árvore para proteger mãe e filho do frio. "Todos os índios foram cuidar da floresta para não deixar nada de ruim acontecer com a minha mãe e o nenê, que nasceu antes do sol raiar". A tribo ficou acampada três dias e depois seguiu em frente com a mãe de Keretxu carregando, à moda indígena, a pequena Euá.
    Naqueles anos 30, a tribo andava por caminhos, estradas, mas também no meio da mata, perto das cachoeiras, procurando a terra prometida. Sempre havia algum português, italiano, alemão ou japonês  que já era dono das terras.  No meio do caminho chegaram a achar que a terra prometida era em Santos, São Paulo, onde viveram seis anos.  "Era bonito lá em Santos, mas os brancos queriam briga de novo, como no Rio Grande, e então seguimos caminho", revela Keretxu Miri, que não entende, depois de 77 anos de vida, porque os brancos brigam tanto para tirar o ouro da terra. Ela fala que Inhanderu - Deus - é justo com todos. "Inhanderu ajudou o homem branco e ajudou o índio, e fez a Terra para que todos  os viventes pudessem viver aqui, mas Inhanderu não gosta de briga; briga faz mal, faz adoecer, então índio vai embora, mas vai em paz, mesmo nas mãos de Juruá - os brancos".
        Um galo cantou, uma criança chorou e Keretxu Miri ficou silenciosa por longos minutos, antes de voltarmos ao nosso assunto; os partos. O galo pulou de cima da mesa, a criança ganhou o colo da mãe  e um raio de sol atingiu os olhos de Keretxu Miri. Ela me olhou e disse:  "A moça quer saber de parto, mas parto não tem segredo, não posso mentir, mas também o que é sagrado é sagrado", disse com simplicidade.
        Ela conta que sagrado é o getapaãurá, a tesoura de madeira que corta o cordão umbilical e também as ervas (chás calmantes e levemente anestésicos) que acalmam a mulher para o parto. Nada disso pode ser filmado ou fotografado, mas Keretxu conta alguns dos 'segredos'. Detalhe: ela sempre faz questão de, entre uma e outra informação, pontuar que só se aprende vendo, observando e pensando antes de fazer. "O pensamento é muito importante e olhar com os olhos. Não dá para contar, é simples, é bom, não é problema receber o nenê", revela com sinceridade, os olhos brilhando, a expressão sorridente e calma. Receber o nenê, como diz a velha parteira, é uma das maiores dificuldades no mundo civilizado, tanto em função do tempo, quanto por deficiência de escola, já que nossos médicos não estudam psicologia e entendem pouco de uma das coisas que parteiras como Keretxu mais entendem: o universo emocional, que é inexoravelmente primitivo. Índias ou brancas, amarelas ou negras; na hora do parto a mulher vira uma leoa, um bicho que dá conta de "se livrar da dor" expelindo o bebê. Caso contrário, é cirurgia na certa.
        SEGREDOS -  Apesar de afirmar convicta que o parto não tem segredo, Keretxu explica que o 'nervoso' da mãe e até do pai pode atrasar o momento final do parto, a hora da expulsão. "Quando a mãe fica nervosa, o sangue sobe para a cabeça e o nenê não vem". Mal sabe ela que esta afirmação contém mais ciência do que ela imagina. O Dr. Elsworth Baker, americano que trabalha com gestantes ocidentais há mais de vinte anos, revela no livro O Labirinto Humano, que "quando a parturiente enrijece o queixo, recolhe os ombros, segura os punhos e a respiração, isso a faz apertar o soalho pélvico, o fluxo sangüíneo fica preso na metade superior do corpo e isso dificulta a descida do bebê". Segundo o médico, a tensão e a ansiedade excessiva na mulher, que não se sente capaz de parir, podem elevar a níveis alarmantes os batimentos cardíacos do feto, o que acabará exigindo uma intervenção cirúrgica, a menos que mãe seja acalmada em suas preocupações e estimulada a se entregar para a situação que se apresenta, relaxando e recebendo as informações enviadas pelo seu próprio corpo.
      Keretxu Miri, que não sabe contar com precisão quantos partos fez na vida, afirma pacientemente que existem poucas providências a ser tomadas quando inicia o trabalho de parto. "Quando a mulher percebe que está chegando a hora, só precisa falar com Nhanderu e continuar normal, trabalhar um pouco e esperar com paciência que o nenê vem".  Keretxu fala também que se o pai ajuda em casa nesse dia, preparando a comida, limpando e arrumando, isso ajuda a mulher a ficar calma, mas se o pai está nervoso é mau sinal. "Quando o pai e a mãe estão em briga o espírito da criança quer fugir e ela pode enfraquecer e morrer dentro da barriga ou depois de nascida", revela com uma sabedoria que pode assustar os brancos mais desavisados.
        A velha índia, anciã da tribo Tekoa Porã, fala com simplicidade, sem qualquer traço de orgulho, que nunca teve problemas com os partos que fez. "Sei de ouvir falar. Minha mãe contava que o principal do parto era acalmar a mãe para o nenê poder sair. Ela já tinha visto mãe morrer e criança também por causa do nervoso" conta, sem tentar esconder a resignação diante da vida e depois acrescenta: "Meus olhos nunca viram nenhuma mãe e nenhuma criança morrer de parto". Eu pergunto se é sorte, ela responde que não, que é Nhanderu que a ensina a acalmar as mulheres que precisam.
       Depois explica que algumas índias têm medo e por isso vão ganhar seus bebês nos hospitais. "Acho que cada um faz a sua escolha, se a pessoa tem um medo que eu não consigo acalmar, não vou usar a força, deixo na vontade dela", conta, sublinhando que nenhuma das mães e das crianças que atendeu precisou ir para o hospital. "Existem mulheres que querem fazer coisa errada na hora do parto e isso pode atrapalhar para o nenê sair", afirma, explicando que as coisas erradas para o dia do parto são comer, falar demais, não sentir e não pensar. "Quando a mulher fica assim, ela não fala com Nhanderu, fica sem paz no coração e a cabeça esquenta" pontua. O Dr. Hélio Bergo, obstetra e homeopata, especialista em partos naturais, aconselha suas pacientes a ficarem com elas mesmas. "Durante o trabalho de parto é importante que a mulher preste atenção aos ritmos do corpo ao invés de fugir assustada para uma solução externa", afirma, endossando a sabedoria primitiva da parteira.
        O DIA 'D' - No dia de um parto, Keretxu Miri fica com Nhanderu. "Eu rezo, peço para Nhanderu proteger aquela mãe e aquela criança e Nhanderu me ajuda", relata tranqüila. Pergunto se ela conhece manobras para partos complicados e ela diz que não há nada complicado, que é só observar. "Se a mulher está muito nervosa a gente faz um chá. O bom é o caaminí ou então o capíía - chás com propriedades calmantes - e é importante que ela não coma nada de açúcar e nada de sal. O chá do mato amarguinho e mais nada, recomenda. Para acalmar é preciso também conversar, aconselhar e é isso também que Keretxu Miri faz. “Eu vou lá e falo com calma, que é assim mesmo, que não dá para fugir e então a pessoa se acalma e o nenê vem", conta, sem o menor estrelismo.
       Ela explica que, para facilitar o trabalho de parto, é bom ficar sentada ou agachada segurando alguma coisa bem firme no chão e que não adianta ficar fugindo, não querendo passar por aquilo. "Mas tem mulheres que preferem deitar na cama para ganhar os bebês. Não tem problema, a pessoa é que escolhe como se sente melhor" pondera, desmistificando a idéia de que toda a índia dá à luz agachada.
       Depois que o bebê consegue girar e sair, é hora de amarrar o cordão com uma linha feita de algodão, fabricada na aldeia e depois é a vez de cortá-lo, com o getapaãurá, uma tesoura de madeira, também feita pela tribo. "Tudo tem que estar bem limpinho", ressalta.
        Os primeiros meses, principalmente os três primeiros depois que a criança nasce, segundo Keretxu Miri, devem ser de muito cuidado e a mulher não deve comer carne de galinha, de boi e nem de peixe. "Só mais a canjiquinha cozida, bem leve e com bastante caldo até o umbiguinho cair, depois pode voltar a comer, mas sem exagero nos primeiros meses", aconselha para evitar cólicas ao bebê, mais uma vez evidenciando que o segredo das índias para conviver bem com a gravidez, com o parto e a criação dos filhos é calma, muita calma.
        Aí está. Palavra de índia que já pariu muitos filhos e já ajudou a nascer outros tantos. Em tempos de pressa, providências e precauções, urge a necessidade da palavra de uma especialista, de uma doutora do pensamento que sente, do sentimento que pensa. 
Unindo saberes 
Não somos índias, não passamos boa parte do dia acocoradas na beira do rio lavando roupas, não plantamos mais e nossa vida é mesmo apressada e cheia de estresse. Estamos então condenadas a colocar nossos filhos no mundo somente através de intervenções cirúrgicas?
É claro que não. As japonesas modernas, as chinesas e as européias do norte também trabalham o dia inteiro, vivem sob estresse e mesmo assim conseguem parir a maioria dos filhotes sem maiores neuras. O que elas têm que nós brasileiras, campeãs mundiais de cesarianas, não temos?
Várias coisas. Em primeiro lugar, apoio da sociedade médica. No Brasil a exceção à regra é o parto normal e não a cirurgia, mas é sempre bom lembrar que o velho ditado que afirma que quando um não quer dois não fazem, é muito válido.
     A mulher que deseja parto normal, na atual conjuntura social e cultural do país, necessita procurar um profissional que tenha feito mais partos naturais do que cirúrgicos. Não é exatamente como encontrar agulha no palheiro, mas é quase e neste caso não convém usar panos quentes. A maioria das clínicas privadas do país tem um índice muito alto de cirurgias e portanto é preciso checar esse detalhe. Tomadas essas duas providências - escolha do médico e de uma clínica ou hospital humanista- é hora de dar um mergulho profundo no corpo e aí temos chances iguais ou até maiores do que as índias e outros povos primitivos.
      Não podemos plantar grama e muito menos lavar roupa na beira do rio todos os dias, mas contamos com profissionais especializados que podem ajudar a gestante na preparação para o parto. Técnicas e vivências corporais como tai chi chuan, ioga, natação, bioenergética, biodinâmica e muitas outras estão à disposição das futuras mamães que, apesar de civilizadas, desejam aprender como chegar ao ponto final de um corpo de gestante: o desencadeamento do parto.
       Só para garantir, vale lembrar dos conselhos da velha índia: sentir, pensar, não comer, falar pouco e esperar com calma, muita calma para a cabeça não esquentar e o "nervoso" não atrapalhar.
http://buenaleche-buenaleche.blogspot.com.br/2016/04/calma-e-paciencia-que-o-nene-nasce-facil.html

terça-feira, 12 de abril de 2016

A arte - Idéias e criatividade representando as trajetórias da mulher







Arte de Mary Jaqueline Trautmann
Local Centro Humanista Flor de Jasmim

COMO ELIMINAR PULGAS E CARRAPATOS DO SEU ANIMAL DE ESTIMAÇÃO COM BICARBONATO DE SÓDIO



Nada mais desagradável do que ver nosso animal de estimação infestado de pulgas e carrapatos.
Esses bichinhos parasitas se alimentam de sangue.
Parece horrível?
E é mesmo!
Eles provocam:
– Fortes coceiras
– Febre
– Erupções cutâneas
– Bolhas na pele
É preciso tomar algumas medidas para evitar a invasão das pulgas e carrapatos.
Afinal, eles são muito prejudiciais à saúde do seu bichinho de estimação.
Mas pode ficar tranquilo(a).
Trouxemos uma receita natural e sem efeitos colaterais.
Trata-se de uma mistura à base de biicarbonato de sódio e vinagre de maçã, que, além de espantar pulgas e carrapatos, é excelente para tornar o pelo dos animais macios e com muito brilho.
Veja como se faz:
INGREDIENTES
Meio copo (de 200 ml) de vinagre de maçã
Meia colher (chá) de sal marinho
Meia colher (chá) de bicarbonato de sódio
2 ou 3 colheres (sopa) de agua morna
MODO DE PREPARO
Despeje o vinagre de maçã, o sal e o bicarbonato dentro de um frasco de spray.
Em seguida, acrescente 2 ou 3 colheres (sopa) de água morna e agite o frasco com cuidado.
Feito isso, pulverize o corpo do seu animal, especialmente as áreas mais quentes, como orelhas, pernas e pescoço – que são as que mais costumam ter carrapatos.
Este remédio alternativo tende a tirar os insetos naturalmente.
Mas tenha o costume de examinar os pelos do seu bichano, caso encontre algum intruso que esteja resistindo (estará bem fraquinho devido à ação do produto), remova-o com luvas.
Escove sempre o pelo do seu cachorro ou gato, pois isso também ajuda a eliminar os insetos.
Muito simples, não é?
E pode ter certeza: funciona mesmo!
Este é um blog de notícias sobre tratamentos caseiros. Ele não substitui um especialista. Consulte sempre o veterinário do seu animal.

fonte:http://www.curapelanatureza.com.br/post/04/2016/como-eliminar-pulgas-e-carrapatos-do-seu-animal-de-estimacao-com-bicarbonato-de-sodio

segunda-feira, 11 de abril de 2016

domingo, 10 de abril de 2016

"Porque é importante e curador que a mulher limpe seu útero energeticamente

Pode parecer estranho para algumas que o útero precise limpar-se energeticamente, talvez para algumas limpar possa parecer assumir que esteja sujo ou impuro. Sem dúvidas, não é por estar sujo ou impuro, simplesmente porque o útero é muito importante de ser ressignifcado e incorporado a psique da mulher, pois por muito tempo nosso útero ficou relegado ao mundo de sofrimento e dor e limpar significa abrir espaço, liberar, soltar.
O ÚTERO É ALGO ALÉM DE UM ÓRGÃO? Com certeza, o útero é nossa matriz sagrada e nele habita um enorme potencial energético. É nossa “cuia” de onde nasce a vida e o prazer, é um reflexo de nosso coração feminino. O útero não é só o lugar onde se geram bebês, é este órgão que recebe nossas emoções ao longo de toda nossa vida de mulher.
Em nosso caso como mulheres, nosso centro de sensações existe ali, justamente em nosso baixo ventre, todas nós levamos muitas coisas até este lugar e por isso que neste centro geram-se uma série de problemas, que se não conseguimos sentir e liberar, a energia estaciona ali. Se pensarmos que é o espaço do feminino, pois é aí onde mais aparecem todos os problemas na mulher. Esses problemas podem ser gerados por temas específicos como uma vida insatisfatória ou cheia de dificuldades, preocupações no trabalho ou com o companheiro, vida sexual insatisfatória...Que muitas vezes terminam em sintomas desde dores até cistos, miomas, irregularidades hormonais. O útero por excelência recebe, mas tem também a capacidade de entregar, liberar e soltar, pois tudo na natureza tem a capacidade de contrair e relaxar-se, de receber e entregar, assim é a harmonia que nos rodeia.  Sem dúvida as mulheres não foram educadas sobre o poder de seu útero, mas ao contrário se censurou a capacidade de soltar, se incrustou medo de liberar e relaxar e os úteros esfriaram e deixaram de vibrar, palpitar, mover. As mulheres pararam de abrir suas vaginas para deixar seus bebês passarem, pararam de  deixar descer seu sangue menstrual usando  pílulas anticoncepcionais, absorventes descartáveis que absorvem todo o sangue. Resumindo a arte de “liberar” foi “violentada”, inclusive as mulheres livres que bailavam ao redor das fogueiras movendo livremente sua pélvis foram apontadas com dedos acusadores e queimadas por sua liberdade, por seu ato de soltar. As mulheres fortes e valorosas eram as mulheres que agüentavam e as mulheres com capacidade de decidir se julgou por “desobedientes”.
Gosto de sentir a energia que me rodeia, sem dúvida quando comecei a entender a energia do útero, não são do meu, mas também depois de observar as mulheres antes e depois de um trabalho energético em seu ventre, confirmei que o trabalho energético nos úteros cura e nos faz pular anos de terapia.
Com o tempo compreendi que o útero a energia psíquica. A energia psíquica é a energia dos processos da vida, Jung expressa essa terminologia e faz referencia de que a energia psíquica circula pela psique. Psique vem do grego psyché “para a alma humana”, é um conceito precedente a cosmovisão da antiga Grécia, que designava a força vital de um individuo. A energia psíquica compreendida como a dos processos da vida se pode transmitir no útero da mãe.
No útero da mulher cresce a vida dos homens e das mulheres, como mãe eu sou, entendi no corpo e na alma que o que se vive durante a etapa gestacional; sente-se, entende-se, incorpora-se, sonha-se, anseia-se e nosso bebê também sente tudo isso, é inegável a comunicação mãe-filho na fase gestacional. Ainda mais que a nossa psique habita nosso útero, quem sabe não por acaso Freud e seus colegas chegaram a conclusão de que a mulher que libera a energia psíquica estagnada ou bloqueada em seu útero, cura sua mente e porque não sua atitude diante da vida.
E o que me dizem da HISTERIA? A histeria feminina, também conhecida como paroxismo histérico, era uma doença diagnosticada pela medicina ocidental até meados do século XIX. Na época vitoriana foi o diagnóstico de um grande leque de sintomas, que incluíam desmaios, insônia, retenção de líquidos,  peso abdominal, espasmos musculares, respiração anormal, irritabilidade, enxaquecas, pedra de apetite e “tendência a causar problemas”. As pacientes diagnosticadas com histeria feminina recebiam um tratamento conhecido como “massagem pélvica” , estimulação manual dos genitais da mulher pelo médico até chegar ao orgasmo que, no contexto da época, era chamado “paroxismo histérico”,  considerando o desejo sexual reprimido das mulheres uma doença. Outro tratamento usado eram as lavagens vaginais.
Graças a esta “doença”, Freud começou a entender que havia algo além da consciência e começou a descobrira existência do inconsciente. E assim por  entrar nas vaginas e úteros das mulheres Freud terminou por afirmar que o que se conhecia como histeria feminina era provocado por um evento traumático, que tinha sido reprimido no inconsciente. Poderíamos então dizer que o inconsciente mora no útero? Quem sabe se Freud lesse isso me faria uma lavagem vaginal na mesma hora por ser desobediente, sem dúvida acredito que sim. Que em nossos úteros habita a memória, informação e energia em estado inconsciente e que liberando esta memória poderemos chegar À cura da energia feminina, individual e coletivamente.
Germaine Greer (acadêmica, escritora e locutora australiana reconhecida por ser uma das representantes feministas mais importantes do século XX) observou que alguns médicos acreditam que “...est femineo generis pars una uterus omnium morborum”, “o útero participa em todos os desequilíbrios das mulheres”. Daí que antigamente realizavam HISTERECTOMIAS nas mulheres que sofriam de HISTERIA ou tinham problemas psicológicos, depressões, angústias. Parecia que retirando o útero a mulher curava-se emocional e mentalmente. Sem dúvidas que a proposta deste texto é escutar seu útero e deixar que ele se expresse, liberar-lo, porém não liberar-lo de seu corpo, mas sim encarnar o útero novamente e curar o seu corpo desde dentro.
Estudei e pesquisei de forma pessoal que O ÚTERO ADQUIRE E RECOLHE MEMÓRIAS POR MEIO DE QUATRO ENERGIAS:
1 – Através da linhagem feminina ancestral: a informação vai se passada de útero para útero, pela unidade  mãe-filh@. Cada filha traz com ela sua mãe e a todas as mães que existiram antes dela. Registramos na fase da gestação as impressões e sentimentos de nossa mãe, podemos também nos reconhecer entre as mulheres de nossa linhagem feminino e encontrar muitas coisas em comum, inclusive sonhos e desejos, hábitos e caráter, mas sobretudo isso de receber energia de nossa linhagem feminina acontece pois nascemos do útero de uma mulher, de seu cálice, de sua matriz, do ligar de onde ela direciona suas emoções, mas também de onde ela sufoca seus sentimentos, por onde crescer do ventre de nossa mãe nos leva necessariamente a sentira nossa linhagem materna e em algum momento simpatizar, aprender e porque não curar-nos junto a elas.
2 – Pela impregnação energética: que acontece quando trocamos fluidos como: sêmen, fluido vaginal e desta forma ativa-se o detector das variações físicas ou químicas que acontecem internamente na pessoa com quem compartilhamos nossos fluidos. Quando acontece essa troca de fluidos, não só estamos assimilando esta informação química, que nos entrega esta troca, mas também estamos adquirindo este psiquismo celular de nossos companheir@s. E por essa “virtude” mais esperada das mulheres, de termos que guardar é que retemos este psiquismo celular d@ companheir@ que permitimos estar em nosso útero. Yogi Bhajan explicou que as experiências sexuais ficam expressas em nossas auras e nossa mente subconsciente. Cada um se impregna com uma intensidade diferente. As mulheres são muitos sensíveis e receptivas À qualidade penetrante do homem. Quando um homem penetra uma mulher, a aura dela permanecerá impressa durante 7 anos, de forma decrescente a medida que vai passando do dia da penetração. Se você se perguntar em que te influencia manter impresso em sua aura a penetração de seu companheiro? Siga lendo.
A impregnação ocorre da seguinte forma: recebemos, retemos, acumulamos informação de nossos parceiros sexuais e a sustentamos em nosso útero, isso ocorre em cada encontro sexual, abrigando essa freqüência em que transitou nosso parceiro. Em cada encontro quando o sêmen entra ou quando há um beijo e trocamos saliva, estamos compartilhando material genético, informação, energia que no oriente se entende que estes fluídos são a VIDA, neles há muita informação. Não por acaso, é destes fluídos(sangue, saliva,sêmen e muco vaginal) que se fazem os check-ups para saber como está o corpo físico.
De forma que se enxergarmos nosso úteros como bem elucidaram os médicos antigamente, como uma chave para a compreensão da psique feminina, então encontramos que o útero possui uma vibração e freqüência tão altas, que retém e recolhe informação da mesma forma que nosso cérebro. O que nos faz perceber que o que retemos em nossos úteros seja nosso ou não, passa diretamente a afetar nosso pensar e agir... dado que os hormônios se polarizam, liberamos mais testosterona que estrogênio e progesterona, nos masculinizamos, perdemos nosso rumo, surgem muitas dúvidas, nos sentimos incompreendidas, perdidas em alguns casos e tantas outras coisas que muitas nem chegam a entender porque estão assim e começamos a consultar centenas de terapeutas, psicólogos para que nos usem de bússola para nos encontrarmos...e a bússola sempre existiu, só que está escondida, por energias que não são nossas e que temos guardado e que estão muito interiorizadas em nós, em nosso espaço psíquico uterino, este entendimento nos leva a descobrir porque nos temos distanciado cada vez mais de nós mesmas, de nossa essência inata de curar e direcionar, de nossa essência feminina, da fidelidade à nossa alma.
3 – Pela emissão de energia: esta necessita de proximidade e tempo. Por exemplo, o que acontece quando se juntam as amigas 3 ou 4 dias em um mesmo local, começam a menstruar juntas. Isso acontece pela emissão uterina por proximidade entre mulheres. Como por dizer que este psiquismo feminino surge pela proximidade da vibração entre uma mulher e outra. Daí que nos círculos de mulheres se libera em todas a ocitocina (que é ativada pela proximidade)e está comprovado que a ocitocina aumenta a capacidade de confiar no ser humano, promove a atividade social, superar o medo da traição e criar um círculo de confiança e afeto. O qual cura a ruptura da irmandade feminina, começamos a confiar mais uma na outra, pois começamos a emanar a origem da união. Da mesma maneira que dormir com alguém, parceiro, marido, que está constantemente mal humorado, raivoso... por transmissão sentiremos isso e possivelmente, entraremos nesta freqüência.
4 – Crenças limitadoras (introjecto): é uma ideia, uma crença que foi absorvida em determinado momento da vida, normalmente na infância. Essa idéia talvez já não corresponda mais a situação e necessidade atuais, mas segue ali. Normalmente uma crença limitadora, toma forma através das palavras “deve” ou “deverias”. Ex: durante a sua infância diziam “deves ser uma mulher forte, e ficar aos pés do canhão”, “uma mulher forte é a que luta” ou “ deveriam as mulheres ser obedientes,ser boas meninas”... e então você está em sua vida adulta e passando por um momento difícil e você não pode manifestar sua fragilidade, não se permite chorar ou confiar, delegar... garanto que se buscassem seus introjecto de mulher, encontrariam frases como as lidas acima, crenças que provavelmente seja tempo de liberar para incorporar crenças que se adaptem ao seu presente e fortaleçam e a empoderem como pessoa, como mulher sagrada. Então, significa que uma crença limitadora é ruim? Não, mas pode não ser mais a sua realidade, ao que sua alma busca no presente e podes sentir frustração, medo, insegurança, muitas vezes sem saber a causa disso de forma consciente, pode manifestar sintomas como “estou doente, pois estou menstruada”, ‘pronto vou ficar indisposta”, “ para que ir nesta reunião, será o mesmo de sempre, me deixaram na lista de espera”, “para que engravidar, se já tentei 10 vezes e nada, meu útero não funciona”...uma longa lista de crenças que se aninharam em nossa mente feminina, em nossos úteros.
É importante dizer o que Ana Silvia Serrano nos explica sobre a energia que se aninha no inconsciente feminino “falando sobre a energia que ainda está guardada no inconsciente feminino em nível coletivo e que muitas passamos sem perceber, a história de sofrimento, humilhação, dor que temos gravada em nossos corpos, em nosso inconsciente. Histórias que foram reprimidas e bloqueadas em nível individual e coletivo. Por isso, é iminente atender as histórias de vida que não conseguimos mudar e repetir uma outra vez, ano após ano, século após século, vida após vida.”
Como se percebe o útero é muito mais do que um órgão que gera bebês, pois nele habita uma energia que foi digna de pesquisa e estudo de muitos homens e que até hoje só as mulheres que despertaram para esta sensibilidade uterina conhecem, e conseguem então mover-se no mundo recebendo informação de seus sentimentos do ventre, onde está a chave de sua psique.
Está em nossas mãos o dom de curar nossos úteros, ressignifica-los e permitir que entre em nós a energia-feminina compreensiva, compassiva, inclusiva, curadora, sábia e criadora. Pensar positivamente sobre nosso útero, cuidá-lo, principalmente ouvi-lo nos leva diretamente À chave que nos abre a ALMA FEMININA, À cura pessoal e coletiva desta alma integra e amorosa. Sinta teu útero como um cálice, onde entra a informação, onde você é a encarregada de alquimizar esta informação, entregando teu sangue menstrual para a Mãe Terra, permitindo assim, com este ato psicomágico, que sua linhagem se libere das ataduras estabelecidas, geração pós geração e assim também honrar ao homem que visitou este espaço sagrado... declarando que se útero seja puro e viva só você nele e já não mais em função de outros. “Ao curar nossos corpos físicos, curamos nossas mentes e pensamentos de falsas crenças, os liberamos desse desequilíbrio para tocar nossa mais profunda essência, que só alcançaremos através das emoções, do sentir. Desta forma, deixaremos de “responsabiliza  ao outro” para começar a criar nossas vidas, nesta interna e verdadeira realidade, que é o equilíbrio entre nosso pensamento e sentimento.” Ana Silvia Serrano
É sua vez de elevar sua energia, sua vez de viver a Deusa. É sua vez de viver na humildade de reconhecer-se mulher empoderada, não porque seja mais que os homens, nem mais que a irmã ao seu lado, mas por você e por todas suas companheiras, pelas futuras gerações de mulheres e homens, é também pelo seu presente.
TE deixo com estas lindas palavras de Germaine... “ Para curar o feminino a nível planetário devemos curar missa própria ferida. Cada mulher leva uma ferida profunda, que se arrasta –por ser parte do inconsciente coletivo- desde suas ancestrais mais distantes. Temos sido obrigadas a esconder, reprimir e no pior dos casos, esquecer nossos dons mais preciosos: a intuição, a cura natural, o respeito por nosso corpo e seus ciclos, nossa conexão coma  natureza e com o cosmos, os vínculos com nossos espaços sagrados genitais e coração... Felizmente, todos eles ainda dormem em nossa psqiue e esperam ser despertados.”
Sanahí. (María José M.Valdivia)


Texto publicado em espanhol originalmente no link http://www.mamadre.cl/2015/03/por-que-es-importante-y-sanador-que-la-mujer-limpie-su-utero-energeticamente/
Tradução autorizada pela autora.

"Porque é importante e curador que a mulher limpe seu útero energeticamente


http://tochavioleta.blogspot.com.br/2015/04/a-importancia-de-limpar-energeticamente.html