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quarta-feira, 6 de abril de 2011
UMA COMPREENSÃO ESOTÉRICA DA SEXUALIDADE
Um dos assuntos mais embaraçosos para aspirantes e discípulos do caminho espiritual é o da sexualidade.
Na minha opinião, há bem poucos livros que realmente explicam essa questão de maneira adequada. Este é um assunto complexo por diversas razões.
Em primeiro lugar, o ego e alma têm visões completamente diferentes de como a sexualidade deve ser usada. Segundo, a sexualidade é afetada por algumas das seguintes variáveis:
1. Sua idade cronológica;
2. A idade da sua alma;
3. Se você é solteiro ou casado;
4. Se mantém algum relacionamento;
5. Seu nível de iniciação nesta vida;
6. Suas metas e objetivos nesta vida;
7. Seu karma de vidas passadas e propósito da sua encarnação nesta;
8. Seu grau de saúde física ou falta dela;
9. Seu comprometimento com a ascensão nesta vida.
Para começar a discussão da sexualidade, vamos primeiro examinar a diferença entre as visões do ego e do espírito em relação à sexualidade.
O ego usa a sexualidade a serviço do eu inferior; o espírito a utiliza somente a serviço do Eu superior e da alma.
O ego só está interessado em se satisfazer egoisticamente; o espírito está interessado em amar e dar prazer ao outro, assim como a si mesmo.
O ego trata o outro como um objeto, buscando usar esse corpo físico para alcançar a auto-satisfação; o espírito vê a outra pessoa como o Eu Eterno dentro do templo de um corpo.
O ego tem somente a visão física; o espírito tem também a visão espiritual.
O ego é controlado por desejos, sentidos, pensamentos, emoções, sensações físicas e energia sexual; o espírito é senhor desses aspectos do eu e os utiliza a serviço de Deus.
O ego, que busca a luxúria, extravasa toda a sexualidade pelo segundo chakra; o espírito reconhece a energia sexual apenas como uma oitava da energia dentro do sistema de sete chakras, e procura elevar essa energia a todo o sistema, a fim de usá-la em campos como a criatividade, a saúde física, o amor, o serviço, a meditação mais aprofundada, a iluminação e a teo-realização.
O ego é obcecado pela sexualidade e olha toda pessoa através dessa lente de referência; o espírito vê todas as pessoas primeiramente como Deus encarnado.
O ego usa a energia da kundalini para obter prazer sexual; o espírito busca elevar a energia da kundalini, da qual faz parte a energia sexual, até o chakra do alto da cabeça.
O ego procura chegar ao orgasmo somente no plano do segundo chakra; o espírito, ao praticar a sexualidade tântrica, busca o orgasmo em todos os sete níveis.
O ego considera a sexualidade como a coisa mais importante da vida, e fica mal-humorado, zangado, aborrecido e irritadiço se não consegue o que quer; o espírito, tendo preferências mas não apegos, permanece em total alegria, paz e equilíbrio, aconteça o que acontecer.
O ego não pode conceber a felicidade sem a sexualidade; a felicidade do espírito é um estado mental, e nada tem a ver com sexualidade.
De fato, o espírito pondera seriamente o celibato como uma opção viável, enquanto o ego constantemente inicia relacionamentos espiritualmente equivocados em função do impulso sexual.
O espírito, sendo solidamente centrado no autodomínio, dispõe-se tranqüilamente a aceitar o celibato durante toda uma vida, caso o parceiro espiritual correto não se manifeste.
O ego dissipa enormes quantidades de energia sexual por meio da masturbação; o espírito, embora nada veja de errado na masturbação, busca sublimar parte dessa energia em ojas shakti ou iluminação cerebral.
O ego usa a sexualidade com o objetivo de alcançar o orgasmo; o espírito usa a sexualidade para alcançar a intimidade e partilhar o amor espiritual, e pode até preferir não chegar ao orgasmo.
O espírito considera o prelúdio amoroso mais importante que o orgasmo.
O ego se interessa por pornografia e vive no estado de consciência que a cria; o espírito não usa a sexualidade dessa forma; utiliza-a, para a glória de Deus.
O ego faz amor somente com o corpo físico; o espírito faz amor com o espírito que vive dentro do corpo físico.
O ego coloca em primeiro lugar o seu próprio prazer; o espírito coloca em primeiro lugar o prazer da outra pessoa.
O ego se interessa por sentir orgasmo o mais rápido possível; o espírito se interessa por partilhar o amor por tanto tempo quanto for possível.
O ego usa fantasia de outras pessoas durante a masturbação ou envolvimento sexual com um parceiro; o espírito é extremamente contido no uso da fantasia, reconhecendo que todas as mentes estão unidas, e que aquilo que um fantasia afeta o outro.
O ego negativo que controla a personalidade encarnada leva a pessoa a ter romances por falta de controle do aspecto sexual; o espírito, compreendendo a lei do karma, jamais faz nada que magoe a outra pessoa, que seja desonesto ou que gere karma negativo.
Eu poderia continuar ainda por muito tempo, mas acho que já é o suficiente para passar claramente uma idéia básica.
Resumindo, os atos sexuais são pecaminosos ou errados quando egoístas e não partilhados no amor; são bons quando provocam a partilha do amor entre duas almas.
É preciso entender que a energia sexual é só uma das sete oitavas energéticas que existe dentro do corpo humano.
Não há nada de errado no prazer do ponto de vista espiritual. Porém, será que é o prazer a única forma como você deseja usar a sua energia?
Não há julgamentos dos reinos espirituais se é essa a escolha que você faz em qualquer momento, mas é importante considerar as tremendas realizações, criatividade e crescimento espiritual que poderiam ser alcançados se a energia fosse sublimada.
Outro ponto importante a considerar é que, segundo a canalização da Mente Universal por Paul Solomon, por quem tenho enorme respeito, "o ato físico em si evitaria a realização do ato superior da alma".
Em outra palavras, uma vez manifestado o eu inferior ou natureza animal, isso impede que você seja um canal para o Eu Superior ou alma.
Nas canalizações de Paul, a Fonte também afirma que a partilha de fluidos entre duas pessoas cria um elo espiritual ou amarras energéticas que não podem ser rompidas durante toda a vida.
As amarras podem ser rompidas num sentido psicológico, com o final da relação, mas não num sentido espiritual.
Essas amarras são como fios elétricos, e a energia passa por elas nos dois sentidos.
É por isso que, em muitos ensinamentos espirituais, a doação sexual do eu tem como meta complementá-lo naquela vida.
Quando você entender os elos kármicos que cria com as pessoas toda vez que faz sexo, acho que será um pouco mais seletivo quanto aos parceiros sexuais.
Se você é uma vítima psicológica, e não senhor de sua mente, das suas emoções, você pode ser prejudicado pelas energias que fluem através dessas amarras.
O mau humor, a depressão e a raiva podem não ser seus, mas pertencer à pessoa com quem você dormiu, pessoa cujas energias continuam a fluir para você através das amarras.
Como a energia flui nos dois sentidos, o estilo de vida do companheiro ou parceiro continua se infundindo em você e fluindo de você; é inteligente, portanto, escolher com cuidado.
Todas as pessoas têm essas amarras, e o ideal seria ter o domínio das energias, para não mais ser vítima das forças que fluem por elas.
No sentido mais sublime, o ideal é que você queira ser um gerador de Luz e amor tal que sua energia divina flua de volta pelas amarras para enlevar aquelas pessoas com quem você se envolveu. Mas isso não é coisa que precise ser feita conscientemente; o estilo de vida normal trilhado por uma pessoa que assume a condição de Luz do mundo cuidará automaticamente disso.
É também importante compreender que o estado de consciência cultivado durante o ato sexual é aquilo que você implanta no parceiro. Em outras palavras, o homem não só planta a semente física, mas também a energia concupiscente do eu inferior ou o amor do Eu superior.
Isso também vale para outras formas de atividade sexual, e não somente o ato em si. Lembre que seu parceiro é Deus, como você também o é.
A pergunta a fazer a si mesmo é se você está dando ao parceiro aquilo que gostaria de dar a Deus; pois, na verdade, é exatamente isso que você está fazendo...
(trecho extraído das págs 157 a 160).l ivro Psicologia da Alma - Ed. Pensamento.
Maria Elisete
Shalom...
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