Ah, a armadilha do julgamento! Quem não cai nela, até muitas vezes por dia?
Julgar, pesar, discriminar... Tudo isso é função de nossas habilidades mentais. Mais precisamente daquela parte chamada "mental concreto" ou "comparativo", que é o centro de criação e sustentação do "eu humano", como ensina a Teosofia.
A literatura esotérica parece às vezes tratar esse eu como algo desprezível, que deve ser massacrado a fim de que o Eu espiritual (chamado Self por Jung) possa resplandecer. Quando a Bíblia diz "Do pó vieste e ao pó voltarás" em grande parte se refere ao eu humano. Filho das ilusões deste mundo, esse eu é naturalmente orgulhoso e arrogante, confundindo-se com o corpo físico que é essencialmente pó. Contudo, a glória do Eu espiritual é construída justamente no alicerce desse eu, que em sua trajetória de enganos e desenganos, vai se diluindo e purificando, aos poucos mostrando o ser eterno por trás dele.
Que "ser de glória" é esse que precisa se envolver com o eu humano e, por seu intermédio, com a "corrupção do mundo"?
Um ensinamento teosófico básico diz que no Universo há uma só vida, uma só Consciência - Deus - manifestada numa infinidade de formas. Uma centelha dessa Consciência é nosso "Eu espiritual" e tudo o que vemos à nossa volta são outras expressões dessa mesma Consciência. Assim, logicamente o mundo não tem qualquer corrupção ou impureza em si. Essas são classificações geradas pela mente humana, dependendo dela para existir.
Pela mesma razão, o bem e o mal só têm existência nesse mundo particular criado pela mente. O espírito, a centelha divina que nos governa, coloca-se "olimpicamente" acima de tudo isso, garantindo sua "volta à Casa do Pai". Daí dizer-se que "a evolução é inexorável". De cada encarnação, Ele assimila apenas os "bons frutos", enquanto a colheita cármica é guardada no devido lugar para os ajustes futuros.
O Filho em nós, a fim de conhecer os mundos onde o Pai se manifesta, tem de vestir corpos da mesma natureza daqueles planos, assim como um homem usa o escafandro para ir ao fundo dos mares ou o traje espacial para ir à lua. Essas "roupagens" em nada afetam o homem, apenas lhe dando condições de tomar consciência do que existe naqueles ambientes e voltar, abandonando depois a roupa usada. Tudo o que retém consigo é consciência, capacidade de vibração e "poder" sobre os elementos daqueles mundos.
O que colhemos aqui é, portanto, consciência. Mas enquanto fazemos essa colheita, nossas interações vão acontecendo. Na base delas, os relacionamentos impõem uma necessidade cada vez maior de percepção "do outro", para diminuição dos conflitos.
Vamos da centralização no "mim mesmo" - como titular de direitos e existência - para a gradativa aceitação do outro nas mesmas condições. No início, essa percepção é forçada (o outro "ainda não existe"), baseia-se em disputas e julgamentos, vai crescendo milímetro a milímetro dentro de nós (o outro "passa a existir"). Depois, abraça espontaneamente o mundo (o outro "não mais existe", tornou-se um conosco).
Na psicologia fala-se muito em "projeção". Ao julgar o outro possuidor de certo defeito, estamos projetando nele o nosso próprio. "Como assim?", perguntamos. O fato é que vemos facilmente "o cisco" na vista alheia porque ele nos é familiar, ressoa em nós, é a "trava" de nosso próprio olho. Da mesma forma, só reconhecemos santidade, pureza e outros belos atributos externamente se algo dessas virtudes já despertou em nosso interior. Aí, nossa consciência "vibra" diante delas. Só reconhecemos fora o que já temos dentro.
Ah, a armadilha do julgamento! Quem não cai nela, até muitas vezes por dia?
Julgar, pesar, discriminar... Tudo isso é função de nossas habilidades mentais. Mais precisamente daquela parte chamada "mental concreto" ou "comparativo", que é o centro de criação e sustentação do "eu humano", como ensina a Teosofia.
A literatura esotérica parece às vezes tratar esse eu como algo desprezível, que deve ser massacrado a fim de que o Eu espiritual (chamado Self por Jung) possa resplandecer. Quando a Bíblia diz "Do pó vieste e ao pó voltarás" em grande parte se refere ao eu humano. Filho das ilusões deste mundo, esse eu é naturalmente orgulhoso e arrogante, confundindo-se com o corpo físico que é essencialmente pó. Contudo, a glória do Eu espiritual é construída justamente no alicerce desse eu, que em sua trajetória de enganos e desenganos, vai se diluindo e purificando, aos poucos mostrando o ser eterno por trás dele.
Que "ser de glória" é esse que precisa se envolver com o eu humano e, por seu intermédio, com a "corrupção do mundo"?
Um ensinamento teosófico básico diz que no Universo há uma só vida, uma só Consciência - Deus - manifestada numa infinidade de formas. Uma centelha dessa Consciência é nosso "Eu espiritual" e tudo o que vemos à nossa volta são outras expressões dessa mesma Consciência. Assim, logicamente o mundo não tem qualquer corrupção ou impureza em si. Essas são classificações geradas pela mente humana, dependendo dela para existir.
Pela mesma razão, o bem e o mal só têm existência nesse mundo particular criado pela mente. O espírito, a centelha divina que nos governa, coloca-se "olimpicamente" acima de tudo isso, garantindo sua "volta à Casa do Pai". Daí dizer-se que "a evolução é inexorável". De cada encarnação, Ele assimila apenas os "bons frutos", enquanto a colheita cármica é guardada no devido lugar para os ajustes futuros.
O Filho em nós, a fim de conhecer os mundos onde o Pai se manifesta, tem de vestir corpos da mesma natureza daqueles planos, assim como um homem usa o escafandro para ir ao fundo dos mares ou o traje espacial para ir à lua. Essas "roupagens" em nada afetam o homem, apenas lhe dando condições de tomar consciência do que existe naqueles ambientes e voltar, abandonando depois a roupa usada. Tudo o que retém consigo é consciência, capacidade de vibração e "poder" sobre os elementos daqueles mundos.
O que colhemos aqui é, portanto, consciência. Mas enquanto fazemos essa colheita, nossas interações vão acontecendo. Na base delas, os relacionamentos impõem uma necessidade cada vez maior de percepção "do outro", para diminuição dos conflitos.
Vamos da centralização no "mim mesmo" - como titular de direitos e existência - para a gradativa aceitação do outro nas mesmas condições. No início, essa percepção é forçada (o outro "ainda não existe"), baseia-se em disputas e julgamentos, vai crescendo milímetro a milímetro dentro de nós (o outro "passa a existir"). Depois, abraça espontaneamente o mundo (o outro "não mais existe", tornou-se um conosco).
Na psicologia fala-se muito em "projeção". Ao julgar o outro possuidor de certo defeito, estamos projetando nele o nosso próprio. "Como assim?", perguntamos. O fato é que vemos facilmente "o cisco" na vista alheia porque ele nos é familiar, ressoa em nós, é a "trava" de nosso próprio olho. Da mesma forma, só reconhecemos santidade, pureza e outros belos atributos externamente se algo dessas virtudes já despertou em nosso interior. Aí, nossa consciência "vibra" diante delas. Só reconhecemos fora o que já temos dentro.
Um ditado muito sábio diz: "Quando apontamos um dedo para o outro, quatro voltam-se contra nós". Esse entendimento nos ajuda a segurar a língua (talvez a mais freqüente produtora de carma), plantando menos ódio e sofrimento no mundo.
Walter da Silva Barbosa é professor, economista, membro do Conselho Nacional da Sociedade Teosófica e diretor da Associação Educacional Annie Besant, em Campo Grande - MS
Maria Elisete Shalom...
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