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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A RELAÇÃO SINCRONÍSTICA ENTRE O CORPO E O UNIVERSO



A relação sincronística entre o corpo e o universo


Jung (1904), investigando as relações entre psicologia e fisiologia, usou galvanômetros para medir as respostas corporais durante testes de associações.
Mostrou com isso que as reações da pele mudavam, quando complexos estavam presentes.
Ele teorizou sobre as relações mente/corpo, interpretou sonhos fisiologicamente e estudou o significado da kundalini Yoga.
Talvez o mais importante conceito de Jung sobre essa relação tenha sido sua idéia de sincronicidade — um princípio de relações acausais.







Como a psique e a matéria estão encerradas em um só e mesmo mundo, e além disso se acham permanentemente em contato entre si, e em última análise, se assentam em fatores transcendentes e irrepresentáveis, há não só a possibilidade, mas até mesmo uma certa probabilidade de que a matéria e a psique sejam dois aspectos diferentes de uma só e mesma coisa.
Os fenômenos da sincronicidade, ao que me parece, apontam nessa direção. (Jung,1917: .220)




Os fenômenos sincronísticos demonstraram, como mostra Jaffé (1982), que o ser se baseia numa essência até agora desconhecida, que é tanto material como psíquica.
Não sendo, portanto, antagonismos irreconciliáveis o mundo exterior e o interior, o espiritual e o físico, mas aspectos do fundo psicóide da realidade em que ambos se baseiam.
Esse modelo do universo remete-nos à visão intuitiva do mundo da alquimia, à idéia do unus mundus.





A relação sincronística entre o corpo e o universo aparece nas teorias orientais, como um mapa do universo.
O ser humano é um espelho do campo à sua volta, e a estrutura desse campo é dada pela constelação de planetas ou arquétipos do tempo.
O conceito do corpo como uma manifestação do universo é também mostrado na Astrologia, onde partes do corpo são governadas pelos planetas.
Como disse Jung (1961), “… nossa psique é estruturada à imagem da estrutura do mundo, e o que ocorre num plano maior se produz também no quadro mais íntimo e subjetivo da alma”.
O homem satisfaz, segundo ele, a necessidade da expressão mítica, quando possui uma representação que explique suficientemente o sentido da existência humana no cosmos, representação que provém da totalidade da alma, isto é, da cooperação do consciente e do inconsciente.
“A carência de sentido impede a plenitude da vida e significa portanto, doença”.




Experienciamos o inconsciente através do corpo.
O corpo fala tanto no seu tremor, temperatura e rubor quanto na rigidez que procura ocultar os sentimentos. Jung, em “Nietzche’s Zarathustra”, referiu-se ao si-mesmo como corpo e psique, sendo o corpo a manifestação externa do si-mesmo e a alma, a vida do corpo.
Ressalta que, se não representarmos o si-mesmo em sua natureza ímpar, na vida, ele se rebela, manifestando-se de forma negativa em sintomas somáticos e fobias.
A linguagem corporal é como a onírica: anuncia e denuncia, fornecendo, assim, símbolos à consciência. C. D. Andrade (1984) compreendeu essa relação ao escrever:



A metafísica do corpo se entremostra nas imagens.



A alma do corpo modula em cada fragmento a sua música de esferas e essências além da simples carne e simples unha
http://psiqueobjetiva.wordpress.com/2009/01/06/o-corpo-como-expressao-de-arquetipos/

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